Pesquisa sobre a autora Júlia Lopes de Almeida por Elizabeth Barbosa
- Elizabeth Barbosa
- 6 de out. de 2020
- 2 min de leitura
Carioca nascida em 1862 e filha de portugueses, a escritora, cronista e teatróloga Julia Lopes de Almeida mudou-se para Campinas, em São Paulo, quando ainda era criança.
Apaixonada pela leitura e pelos livros, começou a escrever os primeiros textos aos 19 anos de idade na Gazeta de Campinas.
Nesta época, a literatura não era vista como uma atividade própria para as mulheres.
Julia também escreveu para o jornal carioca "O País" por mais de 30 anos. Nos jornais, a escritora destacava temas como a República, a Abolição da Escravatura e os direitos civis.
Ao se mudar para Lisboa, capital de Portugal, em 1886, casa-se com o poeta Filinto de Almeida, diretor da Revista Semana Ilustrada, editada no Rio de Janeiro.
A obra "Traços e Iluminuras" foi o primeiro dos seus dez romances, que incluem entre outros títulos textos como "Memórias de Marta", "A Intrusa" e "A Falência".
texto de: https://radios.ebc.com.br/antena-mec/2019/11/julia-lopes-de-almeida-uma-mulher-frente-do-seu-tempo
Júlia Lopes foi uma escritora brasileira considerada uma mulher com ideias avançadas. Defendia a abolição da escravatura, a república, o divórcio, a educação formal de mulheres e os direitos civis. É associada ao realismo e naturalismo. Escreveu para vários periódicos.
Sua obra mais conhecida foi “A falência” (1901) - Esta obra é marcada pela objetividade, crítica à sociedade brasileira, temática do adultério e determinismo. Treco da obra:
“Os senhores romancistas não perdoam as mulheres; fazem-nos responsáveis por tudo, como se não pagássemos caro a felicidade que fruímos! Nesses livros tenho sempre medo do fim; revolta-me contra os castigos que eles infligem às nossas culpas, e desespero-me não poder gritar-lhos: HIPÓCRITAS! HIPÓCRITAS!"
Nesse trecho, pude perceber que a fala da autora tem mais presença e fluência do que a personagem (Camila). Uma vez que Camila é muito passiva a tudo. Na narrativa, ela deveria se vestir e se comportar como uma senhora.
O título “A falência” não é atribuído somente a questão matrimonial - uma vez que, Camila, a personagem-protagonista do livro mantinha um relacionamento extraconjugal com Dr.Gervásio (médico de confiança da família), mas a falência também referia-se a questões econômicas dentro do contexto do Brasil República, a falta de lucros gerados pelo café.
É nítido que a autora através da protagonista Camila narra o adultério feminino de uma forma muito diferente se comparada com a forma de outros autores.
A desigualdade de gênero é marcada no momento em que o marido de Júlia assume sua cadeira na ABL, da mesma forma que foi evidenciado essa desigualdade em seu livro.
Aqui disponibilizamos alguns links para quem tiver interesse pela autora:
Crônicas inéditas de Júlia Lopes de Almeida revelam observadora refinada do Rio
Resenha do livro: A falência, de Julia Lopes de Almeida

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