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  • Foto do escritorCAROLINE FEITOSA DE SOUSA

Sofia Carvalho e seu artigo "A guerra às drogas: um projeto de extermínio"

Leiam este texto! Sofia tem escrita intensa e de forte opinião.


O Brasil vem, nos últimos anos, enfrentando uma intensa guerra ao tráfico de drogas, em especial o Rio de Janeiro; porém, ano após ano, a guerra não é vencida, muitas vidas são perdidas e o tráfico não é combatido, com um custo enorme para a sociedade. A guerra é fomentada principalmente pelo racismo e pelo elitismo.


São anos incessáveis de violência abrupta e milhares de vidas perdidas em inúmeras operações nas favelas. Rafaela, João, Gabriel, Kathlen são apenas alguns nomes das milhares de vítimas inocentes mortas em comunidades. Você dificilmente verá no jornal uma manchete da polícia invadindo uma festa em Copacabana, porque havia jovens vendendo e usando drogas, ou vai ver o Presidente da República ser punido, porque encontraram 40 toneladas de cocaína em seu avião oficial; mas pelo menos uma vez na semana, vai ver operação policial nas favelas, com policiais atirando a esmo, com vítimas inocentes "confundidas" com traficantes ou marmitas, guarda-chuvas e mochilas "confundidas" com armas. Chacinas são feitas em nome da justiça, cenas de homicídio são adulteradas para a impunidade de assassinos do estado.


O elitismo e o racismo estão difusos (mas tratados de forma implícita) tanto na abordagem policial e midiática, quanto na penalização dos indivíduos. A maior parte dos detentos por envolvimento com drogas são pretos e pobres, hostilizados e violentados na abordagem de policiais, enquanto traficantes brancos e ricos são tratados com maior cuidado, além de uma "compreensão" da sociedade: tratam-nos como jovens indefesos e inconsequentes que só queriam se divertir.


Uma das consequências dessa guerra é a superlotação em presídios, com custos exorbitantes para toda a sociedade. Dados apontam que cerca de 25% dos detentos no Brasil estejam relacionados com crimes envolvendo drogas; são 200 mil presidiários, cada um com o custo mensal de R$2.400, totalizando para o país o custo de 480 milhões de reais; 4.8 bilhões de reais por ano numa estrutura penal que não funciona. Válido acrescentar também que ano após ano, o números de presos encarcerados injustamente por diversos fatores. Tempos atrás, o Fantástico fez uma matéria sobre esse tópico, que acho que merece a sua atenção. (dia, mês e ano da matéria).


A estrutura do sistema penal brasileiro não funciona, principalmente, porque quem é pobre fica na mão da defensoria pública. Se não for preso em flagrante, fica praticamente a critério do abordador se a quantidade de droga que o indivíduo carrega é para uso próprio ou o suficiente para ser traficado.


Não se reeduca detentos, somente os pune. A punição é necessária, porém a educação do detento é urgente e necessária também. Em países de primeiro mundo, como nos países nórdicos, a prisão é um local reeducador. O detento sai instruído de forma eficaz, e dificilmente há reincidência de crimes dos mesmos. Enquanto aqui,no Brasil, esses saem de anos de detenção, sem educação e sem chances na sociedade.


A falta de instrução e tratamento humanitário nos presídios causa ainda maior violência e um ex-presidiário sem amparo, logo, propício a se envolver novamente na vida criminosa, num efeito dominó.


A injustiça causada pelo tráfico atinge as camadas mais pobres da sociedade. Quem se envolve no tráfico no morro normalmente é porque se vê sem outra alternativa, são pessoas desamparadas e excluídas da sociedade; que precisam ajudar suas famílias( e se tiverem família) além da dificuldade de sair do tráfico, em que obstáculos e dívidas são postas pelos traficantes maiores.





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