A história do Feminismo, pesquisada por Vitoria da Silva Alves
- CAROLINE FEITOSA DE SOUSA
- 6 de nov. de 2021
- 4 min de leitura
Atualizado: 7 de mai. de 2022
Confiram uma linha do tempo com informações sucintas e cruciais sobre o Movimento Feminista no mundo que atravessa séculos na luta pela equidade dos gêneros...
A imagem, colagem, foi produzida pela aluna Rebeca Victória do Nascimento Pereira em contexto da leitura do conto de Julia Lopes.
Conceito:
Feminismo é um movimento social por direitos civis, protagonizado por mulheres, que desde sua origem reivindica a igualdade política, jurídica e social entre homens e mulheres. Sua atuação não é sexista, isto é, não busca impor algum tipo de superioridade feminina, mas a igualdade entre os sexos.
Tipos:
Feminismo radical
O feminismo radical vê o controle dos homens em todos os cenários da vida das mulheres. Para essa vertente, o sexismo é a grande arma opressora da mulher e, graças a ele, os homens mantêm suas bases de poder. O objetivo não é chegar a uma igualdade de gêneros, mas romper com toda e qualquer barreira do patriarcado por completo.
A inclusão de mulheres trans para as feministas radicais, chega a ser um tabu, pois as trans são vistas como se fossem vozes masculinas com a pretensão de falar pelas mulheres, sem serem mulheres. Porém, há feministas radicais que são a favor de mulheres trans no movimento.
Feminismo liberal
O feminismo liberal vem de acordo com a visão capitalista do mundo. Isso porque outras vertentes enxergam no capitalismo uma ferramenta de opressão, não sendo este o caso.
Essa linha surgiu no século XIX, durante a Revolução Francesa e teve como principal fato a publicação do livro “Uma Reivindicação pelos Direitos da Mulher”, da escritora inglesa Mary Wollstonecraft (1759-1797). Ela foca em colocar homens e mulheres lado a lado na construção da sociedade igualitária, sem que para isso haja uma grande transformação estrutural. A ideia aqui é que a mulher assuma, aos poucos e progressivamente, posições de poder.
Interseccionalidade
O feminismo interseccional não é uma vertente em si, mas mostra que há outras formas de opressão que não se referem somente ao gênero. “Interseccionalidade não é nem uma vertente de feminismo. É uma metodologia que vai nos atentar para as relações entre as estruturas de opressão e como as pessoas e os grupos se localizam nessas intersecções e como as experiências delas são moldadas”. Se alguém se identifica como feminista intersseccional, isso indica que ela leva em consideração raça — como no feminismo negro — , classe, gênero e outros fatores.
Feminismo marxista
Essa perspectiva é vista também como aquela que mais se alinha ao socialismo. Ela questiona o papel do capitalismo e da propriedade privada na opressão das mulheres. Para as feministas marxistas, esses são os grandes problemas na opressão das mulheres. Ficando entendido que a estrutura econômica é uma das grandes responsáveis por colocar a mulher como figura socialmente subjugada.
Autoras como Angela Davis e Silvia Federici são duas que se identificam com essa vertente, que vê na criação da propriedade privada o ponto de partida da subordinação de mulheres aos homens.
O feminismo marxista também levanta a questão do trabalho doméstico — em sua maior parte exercido por mulheres que gerem o lar sem remuneração — e como ele não é reconhecido dentro do sistema capitalista. Na verdade, o trabalho doméstico é invisibilizado e romantizado, mas apenas reforça uma estrutura patriarcal.
Feminismo anarquista
Essas feministas acreditam em uma sociedade sem governos em que homens e mulheres possam possam viver na sua integridade e sem colocá-las à margem. O feminismo anarquista acredita na ausência do Estado e que qualquer forma de poder deve ser extinta.
A linha do tempo do feminismo no Brasil de 1827 a 2021:
1827: Meninas são liberadas para frequentar escolas
1832: É publicado Direitos das mulheres e injustiças dos homens, de Nísia Floresta
1852: Primeiro jornal feminino é criado
1871: Lei do Ventre Livre é promulgada
1879: Mulheres podem ser aceitas em faculdades
1885: Chiquinha Gonzaga se torna a primeira maestrina brasileira
1887: Surge a primeira médica brasileira
1888: É declarado o fim da escravidão
1910: É criado o Partido Republicano Feminino
1918: Maria Lacerda de Moura publica Em Torno da Educação
1919: Resolução de salários iguais para homens e mulheres é aprovada
1921: Primeiro jogo de futebol entre mulheres
1923: A enfermagem começa no Brasil
1928: Primeira prefeita brasileira é eleita
1932: Maria Lenk se torna a primeira mulher a participar das Olimpíadas
1934: Mulheres conquistam o direito de votar
1954: Martha Rocha é eleita Miss Brasil
1962: É criado o Estatuto da Mulher Casada
1977: Lei do Divórcio é aprovada
1979: Mulheres são autorizadas a praticar qualquer esporte
1980: Forças Armadas passa a aceitar também mulheres
1985: Surge a primeira Delegacia da Mulher
1988: Ocorre o primeiro encontro nacional de mulheres negras
1996: É reivindicado que mais mulheres participem ativamente da vida política brasileira
2002: “Falta de virgindade” deixa de ser crime
2006: É criada a Lei Maria da Penha
2010: É eleita a primeira mulher Presidente do Brasil
2013: Kathryn Bigelow é a 1ª mulher a ganhar Oscar de Melhor Direção
2015: É aprovada a Lei do Feminicídio
2016: Viola Davis é a primeira mulher negra a ganhar um Emmy
2018: Pessoas trans podem alterar seus nomes indo apenas ao cartório
2018: A importunação sexual feminina passou a ser considerada crime
2019: Primeira jornalista negra a ocupar a bancada do Jornal Nacional
2019: Primeiras mulheres negras a receberem o Oscar nas categorias de Melhor Figurino e Melhor Design de Produção
2021: É criada lei para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher

Comments