top of page
Buscar

A vida, a obra e a morte de Josefina Álvares de Azevedo: por Gabriela da Silva de Almeida

  • Gabriela da Silva de Almeida
  • 24 de nov. de 2020
  • 2 min de leitura

Em 1851, nasce Josefina Álvares de Azevedo (1851-1913), que em algumas fontes, diz ser nascida no Rio de Janeiro, porém ela mesma se declara recifense. Foi uma grande escritora, jornalista, feminista, que lutou fortemente pelo direito do voto feminino, direitos de estudar, trabalhar fora, se divorciar, emancipar-se, entre outras ações revolucionárias para as mulheres.



Em 1877, com 26 anos, fundou o jornal “A família” em São Paulo, onde seu objetivo era mudar a visão patriarcal da sociedade no século XIX.


"A consciência universal dorme sobre uma grande iniquidade secular - a escravidão da mulher. Até hoje tem os homens mantido o falso e funesto principio de nossa inferioridade. Mas nós não somos a elles inferiores porque somos suas semelhantes, embora de sexo diverso." (A Família, n.1, p.1)


Com a proclamação da república, em novembro de 1889, a discussão sobre o direito ao voto das mulheres tornou-se mais intensa, pois as pessoas esperavam maior igualdade neste novo modelo político. No entanto, os direitos das mulheres nesta área não mudaram, então Josefina criticou severamente esse fato na versão de 7 de dezembro de 1889, falando sobre a injustiça e reiterando o único aspecto a ser considerado deveria ser habilidade intelectual.


"O fundamento universal de todos os que opinam contra a nossa emancipação é esse — que a mulher não tem capacidade política. Porque? perguntamos nós, e a essa pergunta não nos dão resposta cabal. Em geral, os casos de incapacidade politica são estes — menoridade, demência, inhabilitações, restriccão de liberdade por pena cominada, etc. etc. A esses addusem os legisladores a «diferença de sexo». Mas em que essa diferença pode constituir razão de incapacidade eleitoral? A mulher educada, instruída, em perfeito uso de suas faculdades mentaes, exercendo com critério as suas funcções na sociedade, é uma personalidade equilibrada, apta para discernir e competente para escolher entre duas idéas aquella que melhor convém. Não pude por conseguinte estar em pé de igualdade com os dementes, com os menores, com os imbecis. Assim sendo, é absurdo o principio de sua incapacidade electiva." (A FAMÍLIA, 21/12/1889)


Após achar que seu jornal não foi bem acolhido em São Paulo, Josefina se muda para o Rio de Janeiro buscando maior apoio e visibilidade para assim chegar à conscientização geral da população. Sua visão estava certa pois, ‘’A Família” foi vendida ininterruptamente até 1897, não se sabe ao certo a quantidade total vendida.


Mas...Josefina sempre buscava mais, então, começou a escrever poemas como: “Primavera”, “A Tribuna Liberal” e “”.


“Ao rugido medonho da tormenta

Que a alma nos esmaga, nos trucida,

Não pensem que maldigo a triste vida

Nem o sopro de Deus que ora me alenta

Nem um momento só sou esquecida

De quem criou o mundo e aviventa

A flor do prado, a fera mais cruenta,

A tudo, enfim, que tem ou não tem vida

É doce nas agruras da existência

Lembrarmos a divina onipotência,

Erguermos para o céu o coração!

Naquele terno enlevo de fé pura

É sempre mui feliz a criatura”

Que forças vai buscar no coração.” Poesia “Fé”




Querem saber mais sobre Josefina?


Alguns artigos midiáticos e acadêmicos sobre ela:



“AMIZADES LITERÁRIAS”: JOSEPHINA ALVARES DE AZEVEDO E IGNEZ SABINO



TEATRO E PROPAGANDA SUFRAGISTA NO BRASIL DO SÉCULO XIX:


O florete e a máscara : Josephina Álvares de Azevedo, dramaturga do século XIX:



Josefina Álvares de Azevedo: a voz feminina no século XIX através das páginas do jornal A Família.

 
 
 

Comentarios


Post: Blog2_Post

Formulário de Inscrição

Obrigado pelo envio!

  • Facebook
  • Twitter
  • LinkedIn

©2020 por apagadas da história. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page