O poema "Meus Oito Anos", é parte da série "As Primaveras" de Casimiro de Abreu, publicada em 1859. O poema fala da nostalgia da infância e do lar do autor, grande parte escrita durante sua estadia em Lisboa.
A obra é composta por rimas e é dividida em pequenas estrofes que criam o ritmo dela, trazendo mais musicalidade para o poema. Ele contém um vocabulário simples e com muitos adjetivos que idealizam uma realidade rara. O passado juvenil do poeta é mostrado como um tempo encantado com muitos detalhes e o visual é bem descrito.
Me parece que o poeta escreve sobre a infância como forma de escapar do presente. O que mostra que ele tem uma vida triste, por não ter mais aquela inocência infantil. Lendo, fica explícito para mim que, quando criança, o poeta sentia-se feliz. Quando adulto, porém, ele não tem mais essa vida feliz.
Casimiro de Abreu descreve uma natureza, com árvores e pássaros cantando, o que me lembra das pequenas cidades do interior em que, por exemplo, meus avós foram criados. Após ler, fico imaginando se não é assim que eles imaginam a infância deles também.
Talvez a infância do poeta nem fosse assim e sei que jamais voltará, mas ele a descreve de uma forma quase palpável e por um olhar que usa vários sentidos tão intensamente que consigo visualizar e me transportar de tal forma, que me pergunto se também não era assim minha infância.
Gostei muito de ler esse texto e recomendo a leitura do mesmo. Este misto de sonhos, nostalgia, sentimentos e sensações torna a obra deliciosa de ler, perfeito para quem quer sentir um quentinho no coração e relembrar de um tempo saudoso que não voltará.
Casimiro de Abreu (1839-1860) foi um poeta brasileiro, que se destacou na Segunda Geração do Romantismo. Em 1853 foi para Lisboa. Foi nesse período que escreveu a maior parte dos poemas de seu único livro "Primaveras". É patrono da cadeira n.º 6 da Academia Brasileira de Letras.
